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Maria 8

Henrique Magalhães
João Pessoa: Editora Artesanal, novembro de 1980, 20p. 14x20cm.

Edição digital

Apresentação da edição

Maria Continua mudando em conteúdo e em forma. Sai agora com 20 páginas como de início tentando superar ao máximo as dificuldades para continuar. Agora mais do que nunca se torna um trabalho artesanal, desde o desenho até a montagem.

Quanto à editora Universitária que vinha imprimindo os números anteriores, fica-nos devendo a Maria 7 que está há bastante tempo em seu prelo esperando o material de impressão que falta. Não se preocupem que em breve sairá.

PQP da capa é uma antiga dica de Tenório, velho incentivador das HQ, que significa Produção de Quadrinhos da Paraíba e lá na frente verão que é uma seção de informações das HQ da terra.

Sobre a edição

Maria, nesta edição, rompe todos limites de sua própria trajetória como personagem. Não deixa de ser a crítica ferrenha aos desmandos do poder, ao autoritarismo e ao regime de exceção, contudo muda de forma radical sua postura que fora alinhada a certos princípios da esquerda tradicional para incorporar um discurso mais anarquista, motivado pela Abertura Política e pela oxigenação trazida pela volta dos exilados, em particular Fernando Gabeira, com a Anistia em 1979.

Se no início da série Maria criticava a vulgarização do sexo no filme A dama do lotação, que foi um retumbante sucesso nacional, agora Maria elevaria a sexualidade a instrumento de contestação política, em que a autonomia sobre o corpo e o erotismo adquirem papel de transgressão e desarticulação da velha ordem estabelecida. Essa atitude seria impensável no início da década de 1970, quando o auge repressivo da ditadura impunha um enfrentamento ortodoxo em termos de discurso político. Os que ousaram propor uma linguagem mais irreverente - a exemplo do movimento Tropicalista - foram perseguidos tanto pelo poder instituído quanto pelas patrulhas ideológicas de esquerda, para quem a luta primeiro deveria se concentrar na derrubada da ditadura. O que estava além era o "desbunde", tachado de desvio pequeno burguês.

Por outro lado, florescia nos quadrinhos brasileiros pequenas revistas eróticas produzidas em Curitiba pela Grafipar. Essa Maria escandalosa vai se inspirar nessa onda protagonizada por autores nativos que também, ao seu modo, desafiavam o moralismo do regime com sua histórias pornográficas, no estilo dos "catecismos" de Carlos Zéfiro. Maria viria unir o erotismo com a política, gerando um discurso explosivo que certamente deixou perplexa tanto a direita quanto a esquerda. Era esse seu novo papel.


 Mais edições da primeira série de Maria
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Setembro de 1978.
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Agosto de 1979.
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N. 5. Fevereiro de 1980.
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N. 6. Abril de 1980.
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Dezembro de 2021
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