Maria chega a cinco anos de criação - ocorrida em 9 de julho de 1975 - e discute na apresentação da edição comemorativa sobre as dificuldades para se firmar no mercado como um produto alternativo e genuinamente local. À época ainda havia o interesse de disputar espaço nas bancas com as publicações da indústria cultural, numa empreitada visivelmente desigual.
Enquanto as revistas em quadrinhos eram coloridas, com personagens cativantes e apoiados em ampla estratégia mercadológica, Maria contava apenas com o entusiasmo de seus fãs, que não precisavam recorrer às bancas para ter acesso a ela. A meta, contudo, nem era uma disputa declarada, mas a conquista de um espaço próprio que valorizasse a característica crítica e excêntrica da personagem, como o fizera Henfil com a revista Fradim.
A sétima edição mantém a estrutura iniciada na anterior e vai além. Continuam as matérias textuais com a segunda parte da “História das HQ da Paraíba”, a seção de cartas ampliada e o “Registro” de publicações alternativas. A novidade foi a abertura de espaço para a veiculação de outros personagens de quadrinhos do estado, com tiras de Marcos Nicolau (Garibaldo), Tônio (O Conde) e Xico (Aurê). Maria torna-se uma revista coletiva e diversificada, incorporando o espírito “fanzine” de reflexão e combatividade. HM.
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