“Manifeste-se! O manifesto como experiência educomunicativa” nasceu do debate em sala de aula na UFCG promovido pela professora Marina Magalhães sobre a questão da representação nas artes e no cenário midiático nacional. Foram apresentados aos alunos os manifestos Pau-Brasil, Tropicália e Caranguejos com cérebro, como fragmentos de nosso grande mosaico cultural. Produzidos e difundidos de modos diversos, em épocas e atmosferas culturais distintas, tais manifestos lançaram mensagens originais e inovadoras para o mundo sobre a diversidade do país.
Após uma série de aulas teóricas e dialógicas, os alunos foram provocados a produzir suas próprias mensagens, com escolha livre do tema, desde que contemplasse a dimensão da diversidade cultural do país. No final do período, os manifestos chegaram como verdadeiros gritos de guerra contra a truculência, o racismo, o machismo, a transfobia, dentre outros sintomas de um Brasil com suas patologias, que tenta se recuperar por meio da resistência, da sensibilidade e da genialidade também existentes no seu povo.
O projeto então tomou forma de livro, com uma espécie de prefácio-manifesto, uma comissão de frente de primeira grandeza, assinado por Cláudio Cardoso de Paiva. E encontrou acolhimento e uma diagramação afetuosa na editora Marca de Fantasia, comandada pelo também professor Henrique Magalhães, responsável por demarcar e preservar uma terra firme para a mídia alternativa, a poesia marginal ou para uma academia poética e irreverente.
Excerto do texto de Marina Magalhães |