Fenômeno midiático marcante e incontornável, as redes sociais digitais são o corolário da evolução social e tecnológica que quase nos obriga a estar permanentemente conectados e a participar dos processos interacionais. No livro “Jornalismo no cotidiano das redes digitais” Marina Magalhães faz um recuo histórico visando entender como se deu esse processo comunicacional das mídias digitais no cenário contemporâneo, “capaz de influir nos domínios da arte, ciência, economia e política”.
Para Marina, a experiência da informação digitalizada veio a suprimir as barreiras de tempo e de espaço. “Este fenômeno trouxe possibilidades de leituras imersivas, comunicações interativas e ações colaborativas, por meio das quais os indivíduos voltaram a se reunir – mesmo distanciados fisicamente – em comunidades virtuais, configurando novas formas de tribalismos”.
Nesse contexto, a comunicação de massa cede espaço à “comunicação de nicho”, para públicos segmentados e diferenciados. Como ressalta a autora, isso implica em um novo estilo de relação entre o jornalista, o meio e o leitor, favorecendo as notícias referentes às manifestações culturais.
A obra de Marina é baseada em sua dissertação do Mestrado em Comunicação da UFPB, concluída em 2011, em que analisa como se instalam as comunidades virtuais na internet com interesse nas discussões relativas ao jornalismo cultural.Para desenvolver sua análise a autora buscou fundamentação teórica na obra de Massimo Di Felice, Lucia Santaella, Pierre Lévy, André Lemos e Michel Maffesoli, entre outros pesquisadores, que vêm colaborando com um embasamento sólido para a compreensão da cultura tecnológica no tangente aos conceitos de pós-humanismo, inteligência coletiva, cibercultura e tribalismo.
O trabalho investiga as interações na comunidade Jornalismo Cultural–PB, hospedada na rede de relacionamentos Orkut, a maior rede de relacionamentos digitais no Brasil à época da pesquisa. O objetivo, segundo Marina, foi “compreender como o grupo, representante de uma categoria profissional tão atuante no contexto das sociedades atuais, revela um campo propício para empreendermos um monitoramento do jornalismo cultural e das relações entre mídia, cotidiano e sociedade”. H. Magalhães |