Como a profissão de quadrinista é percebida por artistas e roteiristas e assimilada pelo senso comum? Qual sistema de reconhecimento define quem é quem no mundo dos quadrinhos? O que é divisão do trabalho quadrinístico? Quando a HQ é feita a várias mãos, como fica a autoria? A profissão é um signo contemporâneo do trabalho informal-intermitente? Este livro enfrenta questões complexas sobre viver de histórias em quadrinhos em um texto acessível para todos/as, de pesquisadores/as a amantes da Nona Arte.
O livro resulta de pesquisa sobre os/as trabalhadores/as da arte gráfica sequencial. Sim, fazer tiras, revistas, álbuns, fanzines, ‘webcomics’, charges, cartuns é uma profissão. Em circunstâncias favoráveis, exercê-la pode garantir a dupla satisfação de obter recursos econômicos suficientes para uma vida confortável e ter motivação emocional por se fazer o que se gosta.
O ofício é composto por desenhistas, roteiristas, coloristas, arte-finalistas, letristas especializados/as em contar histórias por sequência de imagens solidárias. Não se sabe quantos/as a exercem no Brasil. Por outro lado, a variedade de obras a venda em eventos, mídias sociais e plataformas ‘e-commerce’ diz algo a respeito da história em quadrinhos ser mais que uma linguagem artística popularizada. Fazer quadrinhos é uma escolha concreta de profissão, ainda que o senso comum a considere um meio não convencional de ganhar a vida. |