Com o olhar de historiadora e aficionada aos quadrinhos, Lígia Maria de Carvalho pensava quadrinizar um argumento que se encontrava quase pronto, A Bandeira do Anhanguera a Goiás em 1722 – reconstrução dos roteiros de José Peixoto da Silva Braga e Urbano do Couto. Mas, para isso tinha que fazer a filtragem que desse o pretendido tom de humor, fazendo a ponte entre ficcionalidade e historicidade.
A ideia inspirou-se na série “Pateta faz história”, dos estúdios Disney, para contar as desventuras de nossos aventureiros históricos, surgindo assim o Bandeirante Bocó. Se foi um desafio diário a pesquisa no Doutorado de Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás, principalmente no que se referia à comparação com o Pateta, muito mais difícil foi escrever o roteiro que, ainda por cima teria que ser desenhado.
Vale frisar que, para a construção da referida personagem, a responsabilidade e o compromisso de “descobrir a verdade dos fatos narrados” foram substituídos pela invenção criadora. Pela epopeia do Bocó, a HQ se tornou única, subversiva e divertida. HM (sobre apresentação do livro) |