Trabalhar com a imaginação nos coloca constantemente na dualidade realidade/ficção, isto é, quanto do que sonhamos se baseia em nosso quotidiano e vice-versa; como nossa ideia de mundo e da sociedade construiu o resultado cultural que hoje será transmitido às gerações que nos seguem. O legado, que corresponde ao nosso melhor, refletido em tudo o que somos e fazemos.
Este livro surge da preocupação de aprofundar-se em nossa cultura, em conhecer o que queremos que os outros saibam sobre o que somos e a leitura que esses outros fazem sobre o que mostramos. A busca por um conteúdo original para a escrita deste texto decorre da pesquisa e se concretiza na escrita da dissertação de Mestrado da autora na Universidad de La Frontera, Chile, é, portanto, a proposta de uma leitora que encontrou pontos em comum nessas duas grandes cidades imaginárias, Pelotillehue e Macondo, em que se refletiu além da caricatura e da narrativa.
(...) Há homens e mulheres que procuram fazer a síntese de sua cultura e transferem as ideias a uma imagem concreta da realidade. É o que acontece com Pepo, quando cria Condorito e seu mundo, bem como Gabriel García Márquez com Cem anos de solidão. Nos dois textos, embora com particularidades próprias, desenvolve-se de maneira fictícia a sociedade latino-americana de hoje. Macondo y Pelotillehue: un viaje desde la ciudad real a la ciudad imaginaria é um convite para nos reconhecermos na imaginação de outro, na representação da sociedade latino-americana do nosso século. (A partir da apresentação do livro) |