CosmoAgonia das origens
Já nos estertores de 2022 e início de 2023 Daniel Figueiredo nos brinda com mais alguns petardos de sua obra poético-filosófica, as brochuras “CosmoAgonia: ou sobre a origem do nada” e “CosmoAgonia: ou sobre a origem da finitude”. É sempre temerário falar do trabalho de Daniel por incorrer-se no risco da redundância, ao descrever seu conteúdo, suas minúcias, seus achados literários criativos inclassificáveis. Ou, por outro lado, cai-se na simplificação, na superficialidade de uma análise que não consegue dar conta da êxtase de fruição da própria obra.
Em poucas palavras, sujeitando-se aos riscos ditos acima, vemos que nos dois volumes de “CosmoAgonia” Daniel disserta sobre as teorias da origem, dissecando os conceitos, que se fazem lugar-comum, dos mitos de criação do universo, do cosmos, da humanidade, dos deuses, da fé, do medo, de tudo e do nada que assombram e inspiram a experiência humana.
Nem todo poeta consegue expressar-se com filosofia assim como nem todo filósofo traduz suas lucubrações por meio de poesia. Daniel é filósofo de formação, mas apartado das burocracias acadêmicas, ainda que professor da UFPB; é um visionário que transforma em poesia suas inquietações - ou provocações - filosóficas. Suas obras adquirem ainda mais fluência e liberdade criativa ao expressar-se por meio de histórias em quadrinhos, com domínio sobre a narrativa: ritmo, síntese textual e linguagem gráfica. A esse gênero de expressão denominamos quadrinhos poético-filosóficos.
Mais que essas breves e enigmáticas palavras, escrever sobre os quadrinhos de Daniel é arriscar-se a moldar a leitura pelo viés pessoal e limitado, formatá-la à visão particular e parcial de quem o professa. É melhor que cada leitor embarque com liberdade no trabalho de Daniel, que encontre os pontos de confluência com sua própria história, seja para o choque ou para a comunhão. Ou ambos, como possibilita a força e a pluralidade da obra do autor.
Henrique Magalhães
15/01/2023
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