O presente livro faz parte de uma trilogia sobre estudos narrativos, que inclui ainda Mimesis e Simulação (2015) e Universos sci-fi audiovisuais (2016) – ambos publicados pela Marca de Fantasia. Apesar de investigar filmes, games e quadrinhos isoladamente, os dois livros anteriores se pretendem uma reflexão teórica sobre o caráter transmídia das narrativas atuais. Já Lugar comum, é formado por quatro textos, além do prefácio:
"Narrativa midiática – a mediação dos acontecimentos" argumenta que a narratividade é uma prática social, uma mediação entre os acontecimentos e o público. Ao contrário do estruturalismo que viu a narrativa como um gênero discursivo, defende-se aqui que a noção de ‘Narrativa’, entendida como uma forma de representação dos acontecimentos reais ou imaginários, é uma estrutura cultural mais abrangente, de origem psicológica e universal. Para tanto, revisa-se as principais contribuições teóricas para os Estudos Narrativos e se redefine narrativa como ‘a mediação dos acontecimentos’.
"Quem é o culpado? - o que os seriados policiais nos ensinam"
discute o efeito de sentido das narrativas de ficção científica policial, à luz da noção de Ablução – criada por Charles Pierce e desenvolvida por Umberto Eco. Tem como objetivo descrever as tecnologias forenses das séries Law and Order, CSI: investigação criminal, NCIS e Criminal Minds.
"I love Castle - Quando a narrativa estuda a narratividade", que estuda Castle (2009-2016), uma série de televisão americana produzida e exibida pela ABC. O seriado conta a história de Richard Castle (Nathan Fillion), um escritor bem-sucedido de romances policiais, e Kate Beckett (Stana Katic), uma detetive de homicídios de Nova Iorque.
E, finalmente, o texto "Once upon a time – protagonismo coletivo transdimensional", que investiga a estrutura narrativa da telenovela Once upon a time que mescla contos de fadas em uma narrativa de aventura romântica.
Todos os caminhos levam sempre ao mesmo lugar comum: somos as histórias que contamos reinterpretando aquelas que nos foram contadas. Porém, a consciência existencial e metodológica desta simples verdade ainda não é senso comum. E minha intenção é a de celebrar esse lugar comum de destino final de todas as narrativas, nunca me esquecendo de agradecer a todos que colaboraram com a realização deste trabalho. Marcelo Bolshaw Gomes |