No final de 1996 fui fisgado por uma visão espetacular, movida por uma onda de energia que envolveu a mim e ao restrito e privilegiado púbico que assistia. Era dezembro e uma das atividades da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego, na cidade de Paraíba, consistia em abrir a temporada de verão com apresentações artísticas, notadamente de caráter popular.
Naquele evento, que ocorria ao lado da Gibiteca Henfil, uma quadrilha junina fora de época se apresentava ao ritmo dos contagiantes xote e baião - o tradicional forró em sua mais legítima expressão -, com trio ao vivo, fazendo gemer de prazer a sanfona, o zabumba o triângulo, além do pandeiro. Para minha surpresa, encontrei Nina (Maria Carneiro Ramalho), que dirigia comigo a Gibiteca Henfil, entre os brincantes.
(...) Num dos ensaios da quadrilha, por volta de março de 1997, não resisti e entrei na dança. Era um “idoso" - faria então 40 anos em agosto - no meio de uma juventude ainda quase adolescente, algo entre 16 e 25 anos. Esforçava-me para acompanhar a potência dessa força juvenil. Com entusiasmo, dava para entrar no ritmo, corria, rodopiava, cantava ofegante, mas sem perder o passo. Com a Lampião passei oito anos de minha vida, que me enriqueceram culturalmente e me fizeram mais vivo. (Leia o texto completo no fanzine) |