Sempre me encantou a literatura de cordel. Em algum momento de minhas pesquisas acadêmicas identifiquei similaridades na edição de fanzines e a dos cordéis, em sua autoralidade e processo de produção artesanal. Assim como o caráter popular dos versos dos cordéis, os fanzines também trabalham a cultura popular, revestida com a capa da cultura pop e underground.
A cada nova edição do resistente fanzine Aviso Final, do companheiro Renato Donisete, me perguntava por que também não fazia algo semelhante: pequeno formato, poucas páginas, custo reduzido e o irresistível aspecto dos folhetos de cordel.
Fazer agora o Raio da Silibrina é uma forma de voltar à simplicidade dos velhos fanzines e recuperar sua energia criativa com que do quase nada (uma máquina de escrever, tesoura, cola e fotocópia) se fazia maravilhosas publicações.
Esta primeira edição faz reverência ao extraordinário trabalho de Braulio Tavares, que ajudou a popularizar o termo que dá título a esta publicação, do qual nos apropriamos (com a melhor das intenções). HM |