A Maria Magazine mantém seu propósito de mostrar os quadrinhos humorísticos paraibanos trazendo não só as tiras de Maria e companheiras, bem como a criação de outros autores, que mostram a pluralidade de nossa arte. Nesta edição, uma homenagem ao inesquecível Cristovam Tadeu, que nos deixou órfãos de sua graça contagiante e seu bem-querer incondicional. Apresentamos uma breve trajetória desse autor e boa amostragem de sua arte. Saudades, mon ami.
Cristovam Tadeu múltiplo
1984 foi um ano muito significativo para as lutas política no país. Se por um lado, malgrado a extraordinária participação popular na campanha pelo reestabelecimento das eleições diretas, fomos traídos pelo Congresso Nacional, que derrotou a emenda pelas Diretas Já!, por outro assistíamos ao derradeiro suspiro da ditadura, que abria mão do comando para um presidente civil, mesmo que escolhido de forma indireta, pelo Congresso.
Outras lutas que ganhavam terreno desde meados dos anos 1970 também recrudesciam, como o movimento feminista, o negro, o homossexual. Juntos eles faziam frente às ideias fossilizadas tanto à direita – naturalmente – quanto à esquerda, que sempre pregou a transformação política em primeiro lugar, para só depois mirar as lutas tidas como minoritárias. Nesta edição de Maria Magazine o racismo é o tema em questão, mostrando os conflitos das personagens entre si e consigo mesmo. HM
Maria, de Henrique Magalhães
Bartolo, de Samuel de Gois |