Chego à nona edição da revista sempre com o entusiasmo renovado. O universo ficcional da "Aurora Pós-humana" é ainda a ambientação de todas as HQs curtas que integram a "Artlectos e Pós-humanos", mas essas HQs foram pensadas para existirem também independentes de contextualizações, permitindo aos leitores interpretações dinâmicas e fluidas. Os quadrinhos que faço podem ser caracterizados como poético-filosóficos, e as histórias aqui presentes trazem reflexões sobre a espécie humana, suas relações com os processos tecnológicos, a transcendência e a natureza.
"Ciberpatuá quântico" acontece no que podemos chamar de um "crepúsculo pós-humano"; "Último erro 2315" é sobre vampirismo hipertecnológico; "Gene egoísta?" é um pequeno manifesto anti-darwinista em favor da visão do biólogo James Lovelock; "Hierarquiadn" reflete sobre a prepotência dogmática da ciência; e "Cerrado ser" fala da iminente extinção do cerrado e do desaparecimento gradativo de árvores de mais de 500 anos de nosso bioma, o de maior biodiversidade do planeta. Depois das HQs temos 9 HQforismos, ou seja, quadrinhos aforísticos, cada um composto por um desenho e um texto aforístico, incluindo o colorido que fecha a revista e que foi um dos resultados artísticos de uma experiência minha com a "respiração holotrópica", criado a partir de uma de minhas visões.
Edgar Franco
"HQforismo" de Edgar Franco em Artlectos e Pós-humanos |