Katita, de Anita Costa Prado, surgiu nos quadrinhos como um furacão, abrindo espaço e revirando velhos conceitos. Foi um grande feito para uma personagem que fugia completamente dos padrões de bom comportamento da maioria das figuras que encantam os leitores habituais de quadrinhos. Trata-se de uma personagem lésbica, que prega a luta por direitos e igualdade de uma comunidade mal acostumada a viver na escuridão, a expressar-se por códigos e a meia voz.
Pela Marca de Fantasia Anita lançou em 2006 seu primeiro álbum, Katita: tiras sem preconceito, com roteiros seus e artes de Ronaldo Mendes. Essa publicação lhe valeu o prêmio Angelo Agostini de melhor roteirista, e o álbum, o de melhor lançamento do ano, uma grande conquista para um trabalho estreante e independente.
Outras edições vieram pela editora e por conta própria da autora: Katita: o preconceito é um dragão; Katita: maré-cheia... de sereia; Katita: humor & malícia; e Katita: sem palavras, mas com atitude. Para a difusão da produção, Anita criou o blog Cafofo da Katita, participou de debates, exposições, campanhas educativas e convenções de cultura alternativa e imprensa independente, atuou energicamente nas mídias sociais e levou sua obra a todo o país. Essa atitude proativa e inspiradora condiz com o próprio caráter da personagem, sempre positiva e questionadora, propositiva, insinuante e bem-humorada.
H. Magalhães
Tiras do álbum "Katita: uma antologia despudorada" |
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