A mise en scène, como um aspecto fundamental na construção da narrativa fílmica, acompanha a história do cinema. Conceito original do teatro, significa encenação, colocar em cena, atributos de um diretor teatral, encarregado das escolhas que compõem um espetáculo e que implicam a sua concepção nos domínios do texto a ser interpretado pelos atores e atrizes, seus gestos e movimentos no palco, o figurino, a maquiagem, o cenário e a iluminação que os envolvem. O cinema se apropriou dessa arte milenar e acrescentou outros dois elementos fundamentais, que definiram a chamada sétima arte: a cinematografia e a montagem.
Seja entendendo o diretor como o “grande imagista” que controla a “mostração” e a “narração” fílmicas, seja como o profissional que faz escolhas sobre a mise en scène, a cinematografia, a montagem e o som, os artigos dessa coletânea discutem como a mise en scène contribui para a produção de sentido. Para tanto, agregam à análise da mesma outros aspectos que fazem parte de suas pesquisas. Este livro reúne os trabalhos dos investigadores do Gecine (Grupo de estudos em cinema e audiovisual), do PPGC/UFPB, que se debruçaram sobre algumas obras cinematográficas nacionais e estrangeiras para analisar aspectos da sua direção. O grupo visa investigar filmes contemporâneos que se desviem do padrão de mise en scène adotado pela produção cinematográfica comercial. |