O mal-estar contemporâneo: cinema, horror e decolonialidades constitui a quarta coletânea produzida pelo LAPIS desde 2021. Trata-se do produto de um ano de seminários, apresentações, discussões acadêmicas e reflexões compartilhadas. Embora as pesquisas, abordagens teóricas, conceituais ou metodológicas sejam distintas, elas terminam por refletir inquietações e ansiedades comuns. Os sete capítulos deste e-book refletem uma sensação de incômodo – um mal-estar cultural e social – que os pesquisadores do LAPIS compartilham e, de maneiras muito diferentes, tematizam. Alguns discutem o presente a partir de um olhar para o passado, outras direcionam o olho para o futuro, mas todas pensam o agora.
Essa tendência não é de todo nova; parece ser reflexo, de fato, do turbulento momento histórico, político, social e econômico em que vivemos, no mundo todo. Autores como Paul Wells, Douglas Kellner e Robin Wood anunciam, há tempos, que filmes precisam ser compreendidos como documentos históricos, já que refletem – às vezes de modo explícito, outras de maneira simbólica, e até mesmo não intencional – aspectos importantes do ambiente político-cultural das épocas em que são produzidos.
Essa constatação ajuda a entender porque atmosferas de tensão, confusão e insegurança estão presentes, com formas e intensidades distintas, em filmes como O conde (Pablo Larraín, 2023), Açúcar (Renata Pinheiro e Sergio Oliveira, 2017) e A bruxa (Robert Eggers, 2015), e a série Atlanta (2016-2022), produções audiovisuais discutidas neste livro, junto com muitas outras.
Este livro consiste na quarta coletânea produzida pelo LAPIS desde 2021. Os três volumes anteriores, intitulados Ruído, corpo e novas tendências na narrativa audiovisual (2021), A diegese em crise: consumo, tecnologia e história(s) do cinema (2022) e O corpo sensório: cinema, imersão e sentidos (2023), estão disponíveis para download gratuito no website da editora Marca de Fantasia. |