Quais são as principais ideias e ações feministas que as poetas zineiras do século XXI têm praticado em suas publicações? De que forma esses feminismos se fazem arte e poesia nas folhas dos zines?
Motivada por essas perguntas, em Práticas literárias, feminismos zineiros, a pesquisadora e zineira Juliana Gama de Brito Assumpção, conhecida como Ju Gama, investiga as relações imbricadas entre o fazer poético e os ativismos feministas, antirracistas e anticapitalistas que se realizam nos zines contemporâneos.
Baseado na dissertação de mestrado em Letras da autora, o livro parte da leitura de três edições do principal jornalzine literário do coletivo ‘Nós, as poetas!’, lançadas entre 2016 e 2020, no Rio de Janeiro, para refletir sobre os papéis dos zines criados por artistas e escritoras feministas a partir de uma perspectiva crítica interseccional.
Com isso, os zines são trazidos à cena dos estudos de literatura como objetos capazes de desestabilizar as estruturas discriminatórias do sistema literário brasileiro, tanto no nível das composições poéticas que neles se inscrevem quanto no que tange a seus processos de produção e de circulação materiais. |