O universo das histórias em quadrinhos se constitui num amplo mercado editorial, centrado principalmente nos personagens infantis e nos super-heróis, que atingem massivamente a juventude desde o final da década de 1930, quando o fantástico Super-Homem surgiu nas páginas da revista Action Comics, célebre publicação da editora DC Comics.
A criação do ilustrador Joe Shuster e do argumentista Jerry Siegel, que estampou a primeira capa da Action Comics em junho de 1938, inaugurou um gênero de quadrinhos do qual ainda é o mais popular expoente. Como afirma Victor S. Pinheiro, os quase 80 anos de aventuras deste icônico personagem, pioneiro até mesmo na primariedade de seu nome, abriu caminho para o surgimento de uma linhagem de criaturas fantásticas no período que ficou conhecido como a Era de Ouro das HQ.
Para Victor, “o êxito comercial que canonizou o Superman no imaginário coletivo e o transformou num dos maiores símbolos da cultura de massa foi apenas o engatinhar de um gênero que, ao longo das últimas décadas do século XX, sofreu variações estilísticas e conceituais, resultantes de contribuições de artistas que buscavam renovação estética e temática nas HQs de super-heróis”.
No ensaio que apresentou com trabalho de conclusão do Curso de Comunicação Social da UFPB, Victor se debruça no estudo da transformação do gênero super-herói a partir da obra V de Vingança, de Alan Moore e David Lloyd, roteirista e desenhista, respectivamente. Esta famosa série representa uma inequívoca renovação do conceito dos heróis dos quadrinhos, sendo reconhecida como uma obra seminal com forte valor cultural.
H. Magalhães |