Nadja Carvalho aborda o universo mítico, poético e filosófico de Edgar Franco por intermédio do mito Eros, que perpassa suas criaturas por vezes enigmáticas, por vezes surreais. Edgar trabalha com o corpo erotizado em suas dimensões plurais, trazendo à baila o eterno desejo de procriação e perpetuação da espécie, ainda que hibridizada com elementos cibernéticos.
Diante de tantas leituras suscitadas pelos desenhos de Edgar Franco, Nadja Carvalho optou por focalizar a presença do mito Eros, o que lhe possibilitou visualizar a procriação “pós-humana” – com referência ao universo conceitual do autor – na concepção artística de seus trabalhos. O mito Eros, segundo Nadja, alcança a todos nós, sejam amantes ou estudiosos dos quadrinhos: “Eros tem marcado a nossa existência nas artes, nos espaços do imaginário, da psicanálise, da comunicação etc.”.
Num ensaio criativo e inusitado, Nadja percorre de forma transversal a obra de Edgar, dando ênfase ao aspecto gráfico, para nos mostrar seu princípio lúdico e ao mesmo tempo erótico. Seja no contexto humano ou mesmo no “pós-humano”, como realçado no universo do autor, Eros sempre retorna, numa incontornável celebração à vida.
Henrique Magalhães |