A produção artística e multimidiática de Edgar Franco, o Ciberpajé, tem se notabilizado por trazer ao campo da arte o conceito de “Aurora Pós-humana”, que se trata de um universo transmídia de ficção científica distópica em que a realidade material que conhecemos encontra-se em processo de dissolução e a espécie humana em vias de extinção a partir das reconfigurações corpóreas e mentais operadas pelo avanço exacerbado da ciência e da tecnologia.
Tomando como ponto de reflexão esse universo, Giovane Corrêa Rojas analisa como se realiza, através dos recursos expressivos presentes em duas narrativas curtas que integram a revista Artlectos e Pós-humanos,a problematização de um contemporâneo cada vez mais em desagregação. Através dessas histórias é possível perceber toda uma série de questionamentos de ordem social, moral e cultural que afligem a contemporaneidade – a desumanização imposta pelo avanço tecnológico nas sociedades hiperconsumistas, em que a individualidade e o isolamento conduziram ao abandono gradual da realidade, a renegação do corpo e das identidades. |