Do Gibi à Gibiteca
Esta pesquisa faz um estudo sobre a palavra gibi, através do método histórico, investigando as mudanças de seu significado e sua assimilação sociocultural. Considera-se que esse gênero artístico e fonte de informação para desenvolvimento de coleções especiais prescinde de estudos críticos sobre abordagens teóricas, lexicais e historiográficas para melhor compreensão desses materiais para o desenvolvimento de coleções.
Nesta investigação, os primeiros registros foram encontrados em jornais de 1888, pesquisados na Hemeroteca Virtual da Fundação Biblioteca Nacional do Brasil. Constatou-se que inicialmente gibi era um apelido atribuído a pessoas negras.
Posteriormente, transformou-se em uma gíria racista direcionada aos meninos negros, possuindo o sentido pejorativo de feio e grotesco, publicados em anúncios e em páginas de quadrinhos de periódicos. Depois a palavra passou a ser usada para designar os meninos negros que vendiam jornais nas ruas.
Desses pequenos vendedores surgiu a inspiração para o título da revista Gibi, lançada em 1939 pela editora O Globo. O sucesso de vendas da revista, a ampla publicidade, o investimento em relações públicas e o cenário de críticas aos quadrinhos vindas principalmente de adversários da editora transformaram a palavra gibi em sinônimo de revista de histórias em quadrinhos no Brasil, fazendo o sentido original cair em desuso.
A popularização do termo inspirou as bibliotecas brasileiras a adotarem a denominação de gibiteca para seus acervos de quadrinhos.
Páginas do Academiczine n. 5, de Richardson Freitas |
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