Sobre o que é alternativo
Henrique Magalhães
14/01/2024
Ao pesquisar para minha dissertação de Mestrado em meados dos anos 1980 deparei-me com a difícil tarefa de definir se os fanzines eram imprensa alternativa. O problema apresentou-se ainda maior, pois não havia consenso sobre, afinal, o que era mesmo “alternativo”. A respeito dos fanzines não existia qualquer estudo que o definisse, visto que era uma produção que tomava impulso no período e, por sua marginalidade, ainda não despertava a atenção da mídia e, sobretudo, da Academia.
A partir desse vazio conceitual, fui buscar elementos para entender e caracterizar o que era alternativo na imprensa desde os agitados anos 1960, época em que, inclusive, nasceram os fanzines no país. Os fanzines tomaram rumo próprio em seu universo multifacetado e público atomizado, mas situá-los em relação à imprensa alternativa foi o caminho para inseri-los no contexto sócio-político-editorial.
O texto que apresento nesta segunda edição do Academiczine serviu de fundamentação teórica para o Mestrado que realizei na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, concluído em 1990. O mesmo já foi publicado nas edições do livro O rebuliço apaixonante dos fanzines, de minha autoria, e fez parte do conteúdo que ministrei no Mestrado em Comunicação da UFPB, na década de 2010.
O Academiczine é uma proposta de Gazy Andraus que se pretende coletiva, com a publicação de textos produzidos na Academia, ou não, que tragam reflexões aprofundadas, mas não muito extensivas, sobre elementos constituintes da mídia e das artes. |