A revista Se Toque, que agitou o meio cultural de João Pessoa nas décadas de 1980 e 1990 por muito tempo permaneceu no imaginário dos leitores e do meio artístico local. Misto de agenda cultural e revista de crítica, a Se Toque mostrou o quanto se produzia na cidade e como a difusão dos eventos era subvalorizada pela imprensa comercial.
Sem dúvida, o principal ícone da revista foi Judith Cospefogo, personagem emblemática que sintetizava a linha editorial da publicação. Enquanto era criada pela equipe da revista, a cada nova e pretensiosa produção do cenário cultural seu nome era requisitado a destruir os egos e apontar as idiossincrasias da malta artística. Judith não estava sozinha, era a encarnação da voz rouca e exigente do público, o que não a livrou de impropérios e pedradas de artistas, radialistas, políticos e jornalistas enfocados.
Foi para traçar o perfil dessa revista e fazer uma avaliação de sua aventura editorial - que se dividiu em várias fases, com diversos modos de produção -, que Sandra Albuquerque e Henrique Magalhães se uniram para produzir esta pequena, mas esclarecedora obra. Atualmente, em que tudo é efêmero e virtual, conhecer a saga dessa pequena publicação artesanal é um resgate da memória e um afago ao espírito criativo.
H. Magalhães
Em 08/01/2023 |