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A pulp fiction de Guimarães Rosa

A pulp fiction de Guimarães Rosa
Braulio Tavares
Série Veredas, 5.
João Pessoa: Marca de Fantasia, 2008. 80p. 13x19cm. R$20,00.
ISBN 978-85-87018-83-0

Braulio Tavares, escritor dedicado ao estudo da literatura popular e da cultura pop, em particular a ficção científica, apresenta neste livro os textos produzidos para fanzines e jornais comerciais, não reunidos até então. O texto “A Pulp Fiction de João Guimarães Rosa” foi publicado no Caderno de Sábado do Jornal da Tarde, de São Paulo, em 20 de junho de 1998. O texto sobre “O Recado do Morro” foi escrito entre 1997 e 1998; enviado para alguns fanzines, e talvez nunca publicado. O texto sobre “Um moço muito branco” foi feito de encomenda para o Anuário Brasileiro de Ficção Científica 2004, publicado em São Paulo por Marcello Simão Branco e César Ricardo T. da Silva.

No livro, os textos estão reproduzidos com correções, pequenas mudanças de redação, alguns acréscimos, mas são substancialmente os mesmos. No texto sobre “O Recado do Morro” há um tom descontraído, ocasionais trocadilhos, e um número talvez excessivo de referências aos subgêneros da Fantasia em língua inglesa. Isto se deve ao fato de ser o artigo destinado aos leitores de fanzines, para os quais essa nomenclatura, muito usada nas publicações acadêmicas dos EUA e da Grã-Bretanha, fazem parte da linguagem corrente.

Na introdução do livro Bráulio Tavares esclarece que “o termo Pulp Fiction indica um tipo de narrativa de ficção que teve seu auge nas décadas de 1930 e 1940, principalmente nos Estados Unidos. Eram contos publicados em revistas baratas, impressas num papel feito com a polpa (pulp) da madeira, um papel com alto teor de acidez e que com o tempo torna-se amarelado e quebradiço. Os chamados pulp magazines abordavam inúmeros tipos de histórias: guerra, amor, esportes, aviação, faroeste, aventuras marítimas, histórias reais etc., mas os gêneros que deixaram uma marca mais profunda (e passaram a ser mais comumente identificados com esse rótulo) foram o conto policial, a ficção científica, a fantasia e o terror.

Assim como ocorrera com o folhetim do século 19, a pulp fiction foi durante anos menosprezada pela crítica literária da imprensa e dos círculos acadêmicos, em virtude de seus defeitos mais evidentes: apego ao clichê, pouca profundidade psicológica, pobreza estilística, recurso a soluções fáceis, enredos inverossímeis etc. Em décadas mais recentes, esse corpo literário vem sendo reavaliado sob uma ótica que procura avaliar suas qualidades também inegáveis, como o impulso narrativo, a riqueza de imaginação, a dimensão épica que se projeta para além do mero naturalismo. A pulp fiction era escrita sempre às pressas, por autores que viviam do pagamento das histórias que conseguiam vender. Pressionados a trabalhar num ritmo acelerado, alguns chegavam a produzir duzentas mil palavras de texto por mês. A literatura pulp é um impressionante conjunto de obras imaginativas, cujo simbolismo em estado bruto emerge à revelia dos próprios autores, que mal revisavam o que escreviam. Os pulp magazines publicados no Brasil (A Novela, Detetive, X-9, Mistérios, Garras da Lei, Meia-Noite, Suspense etc.), em sua maioria voltados para os contos policiais, limitavam-se a traduzir o material das revistas norte-americanas, e não chegaram a criar uma pulp fiction propriamente brasileira.”

Braulio argumenta que se no Brasil dos anos 1930 ou 1940 houvesse literatura fantástica de grande qualidade e de dimensões épicas a carreira literária de Guimarães Rosa (1908-1967) poderia ter se desviado no rumo da Fantasia – ele teria se tornado, talvez, uma espécie de “nosso Tolkien”. Para ele, “apesar das evidentes diferenças, os dois escritores tinham em comum uma porção de elementos: a visão épica, a erudição, o interesse pela linguagem. Além disso, pode-se dizer que o projeto literário de ambos partia do mesmo gesto: a tentativa de fundar uma região mítica (Middle-Earth, o Sertão) recriada com rigor cartográfico, e que serviria de cenário para as batalhas cósmicas entre o Bem e o Mal”.

Por outro lado, as origens literárias de Guimarães Rosa foram muito mais “populares” do que as do escritor do Silmarillion. Os temas que abordava em sua obscura estréia como ficcionista não eram muito distantes dos que se exploravam, na mesma época, nos pulp magazines dos EUA, as revistas baratas de contos que, depois de conhecerem décadas de opróbrio, começam a ser reavaliadas pelo mundo acadêmico.

H. Magalhães

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