“Elizabeth I e a parábola dos mutantes” analisa o processo de reconstrução simbólica dos Estados Unidos na minissérie em quadrinhos Marvel 1602 (2003/04), de Neil Gaiman. Nessa parceria com a Marvel Comics, os consagrados super-heróis da editora existem na Inglaterra de início do século XVII, isto é, no fim da era elisabetana e em tempos de êxodo protestante para o Novo Mundo.
A abordagem passadista, no entanto, mais do que mera escolha estética e narrativa, é filha do tempo presente. Por meio das fabulações e alegorias que caracterizam a sua obra, o escritor britânico buscou recuperar os discursos fundadores e os valores basilares de uma nação em crise, os quais pareciam se perder em face dos ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001. |