Em 1920, na Alemanha, um filme alcançou o prestígio de ser um dos mais importantes da história mundial e, sem dúvida, o mais influente do cinema alemão. Trata-se de O Gabinete do Dr. Caligari, dirigido por Robert Wiene e escrito por Hans Janowitz e Carl Mayer. Sua influência foi tão grande que cunhou-se o neologismo caligarismo para se referir ao cinema expressionista alemão.
Alguns dos méritos desse filme foram a utilização de cenários pintados representando um clima sufocante de um estranho ambiente urbano e a história repleta de flash back, com final surpreendente. Estes elementos inovadores para a época mostraram que o cinema poderia ir muito além de uma simples diversão popular, abrindo caminho para sua ascensão à sétima arte.
Em Caligari: do cinema aos quadrinhos, o roteirista Gian Danton (Ivan Carlo Andrade de Oliveira) analisa o filme desde a elaboração do roteiro à sua influência para o cinema mundial e em especial para o cinema alemão. Aborda também questões polêmicas, como a moldura introduzida no roteiro por Fritz Lang, e os cenários pintados com a técnica expressionista, que permitiu à película mostrar uma realidade mental, absolutamente revolucionária para a época.
Em complemento ao estudo, Gian Danton apresenta a adaptação do filme para os quadrinhos, trabalho realizado em parceria com o desenhista curitibano José Aguiar. O processo criativo da adaptação também é analisado, o que transforma o livro numa peça didática, mas com a leveza de quem é um reconhecido e premiado roteirista de quadrinhos.
Caligari, do cinema os quadrinhos, é uma obra essencial tanto para os fãs de cinema quanto os de quadrinhos. H. Magalhães sobre texto de Gian Danton |