No Brasil, o capitalismo patrocinado pela classe economicamente dominante tem se mostrado um recorrente produtor de miséria, fome e exclusão social. Em terras tupiniquins, o espírito predatório das elites e o abismo financeiro entre as classes é tão assustador quanto deplorável. O resultado: milhões de indivíduos condenados a engrossar os já enormes bolsões de pobreza e a testemunhar a multiplicação do desrespeito e da humilhação ao ser humano. Sujeitos a quem é negado o mínimo do que se entende por cidadania.
Diante desse quadro revoltante, é natural que surja a pergunta: até quando? Até quando aceitaremos que imperem as injustiças mais gritantes em nosso meio? Até quando vamos tolerar que pessoas sejam tratadas como animais de carga, e não como autênticos cidadãos?
O fanzine “Até quando, cidadão?” foi gerado em sala de aula, idealizado como atividade avaliativa para turmas de 3° e 4° ano. Tomamos por base duas músicas que criticam a sociopolítica brasileira: “Até Quando?” e “Cidadão”, nas vozes de Gabriel Pensador e Zé Ramalho, respectivamente. Inspirados pelas letras das canções, os alunos retrataram espontaneamente o que pensam sobre a realidade social do seu país. Juntamo-nos a eles nessa incisiva reflexão, registrando o protesto de quem anseia por dias mais justos e insistindo com quem manusear este fanzine: até quando, cidadão, você vai ficar sem fazer nada?
Leonardo Berbat de Brito
Professor de Filosofia do IFF Macaé