O fanzine O louco é uma adaptação visual do conto de Khalil Gibran, é sobre as personas sociais, os julgamentos que lhes são imanentes, e a eterna busca pela liberdade, e dos castigos que são oriundos dessa saga. Khalil Gibran (1883–1931), escritor, poeta e artista libanês, é amplamente reconhecido por sua obra “O Profeta” que aborda temas universais como amor, liberdade e espiritualidade. Em seu conto “O Louco” Gibran explora a complexidade da identidade e a liberdade pessoal. O narrador, rotulado como louco após perder suas máscaras, descobre a autenticidade e a liberdade que emergem da ausência de disfarces sociais.
A história ilustra a dualidade entre o eu verdadeiro e as faces impostas pela sociedade, sugerindo que a verdadeira loucura reside na conformidade e na perda da essência individual. Gibran, com sua escrita poética e filosófica, continua a influenciar leitores com suas reflexões sobre a condição humana e a busca por autenticidade.
O conto é repaginado em um paralelo com os povos indígenas, incompreendidos, castigados, e condenados pelo pensamento colonial. O indígena é aquele que não participa intensivamente da cadeia de produção e consumo do capitalismo, portanto é julgado e condenado constantemente.
O zine tem pegadas de momento biográficos do autor, a capa é uma memória de voou sobre uma aldeia, a casa xinguana em construção, e os desenhos dos indígenas são memórias de vivências nos territórios. A catedral católica é de Palmeiras de Goiás, onde o autor viveu a infância e juventude. Os desenhos dos rostos são de um estudo que o autor chama de caligrafia histriônica, é um ensaio visual inspirado pela obra de Walter Benjamin, sobre a aura da imagem, e a face humana como resistência à decadência da contemplação da imagem. Todos os desenhos são do autor.
Marcos Costa de Freitas (https://lattes.cnpq.br/4584846333786137, é doutorando do Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual PPGACV UFG. Mestre em História pela PUC - Goiás, na área de concentração de Cultura e Poder. Bacharel em Artes Visuais — Comunicação Visual, pela Universidade Federal de Goiás. Professor no ensino superior de design há 25 anos, atuou como coordenador de cursos superiores por 13 anos. Por dois ciclos atuou como consultor do MEC/INEP na Comissão Assessora do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes dos Cursos Superiores de Tecnologia em Design Gráfico. Atua no desenvolvimento de pesquisas e publicações do IGPA, Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia / PUC - GOIÁS. Desenvolve pesquisas e produção artística na temática da representação dos povos originários, com especial atenção aos povos do alto Xingu.
Páginas de zine O Louco, de Marcos Costa de Freitas |
Os Cria_ciberzines são uma produção dos integrantes do grupo de pesquisa Criação e Ciberarte (CRIA_CIBER), liderado pelo professor-pesquisador e artista transmídia Edgar Franco (@ciberpaje), com edição de Gazy Andraus e Léo Pimentel. Coord. geral do Ciberpajelanças: Edgar Franco (Ciberpajé). Inserção e montagem dos zines para a Marca de Fantasia em pdf por G. Andraus.
Inserção e montagem dos zines para Marca de Fantasia em pdf por G. Andraus. Link ao Instagram do CRIA_CIBER (Cria_ciberzines), a cargo de Ícaro Malveira (e criaciberes): https://www.instagram.com/cria_ciber/ |