Kulupiyene (peixe em língua arawak), e mapapalu (borboleta em arawak), xawara é uma palavra yanomami que pode ser traduzida para praga, peste ou maldição. A xawara pode ser um fenômeno sem corpo, mas pode ser personificada, a exemplo, os yanomamis afirmavam desde 2019 que o presidente então eleito seria sua xawara. No zine, o pensamento, e a ambição do branco figuram como maldição para os indígenas. Existe a maldição estruturada que apaga a diversidade e as identidades dos indígenas, são projetos dos militares e dos governos autoritários. Jean Baudrillard e Byung-Chul Han surgem na narrativa como dois hermeneutas que explicam como funciona o preconceito e o jogo valorativo pernicioso aos indígenas. O zine se desenvolve revelando (parte) a diversidade dos povos originários, seus corpos e sua luta. A capa faz referências à pintura corporal do alto xingu, representada na capa do fanzine: A contracapa (ultima página) é um drama pessoal, um diálogo imaginário com Mikhail Bakhtin sobre autoria.
O autor Marcos Costa de Freitas (marcos.korubos@gmail.com; Instagram: @marcos_costa369) é doutorando pelo PPGACV da FAV-UFG, formado pela FAV-UFG e integrante do grupo de pesquisa CRIA_CIBER (FAV/UFG).
Cria_ciberzines são uma produção dos integrantes do grupo de pesquisa Criação e Ciberarte (CRIA_CIBER), liderado pelo professor-pesquisador e artista transmídia Edgar Franco (@ciberpaje), com edição de Gazy Andraus e Léo Pimentel. Os Cria_ciberzines trazem uma dimensão das pesquisas e produções dos membros do grupo. Eles serão postados mensalmente, contando também com conteúdo sobre os processos de criação.
Inserção e montagem dos zines para ISSUU e Marca de Fantasia em pdf por G. Andraus. Link ao Instagram a cargo de Ícaro Malveira (e criaciberes): https://www.instagram.com/cria_ciber/ |