No início dos anos 1990, Edgard Guimarães colaborava com cartuns em dezenas de fanzines do país. Especialmente para o jornal alternativo Blocos, de Leila Míccolis e Urhacy Faustino, produziu uma série de seis cartuns com um personagem, sem nome no início, que era um poeta marginal, tentando vender seus livretos, às vezes mendigando, e sempre falando em versos. Como não se atrevia a escrever poemas, Edgard deixou o atrevimento por conta do personagem.
O poeta marginal dos cartuns publicados em Blocos pareceu-lhe promissor e merecedor de mais aparições. Fez, então, uma nova série de seis cartuns, dessa vez com um tema comum e sequência entre eles, em outras palavras, uma História em Quadrinhos de seis quadros, que seguiram sendo chamando de cartuns.
Fazer o poeta era algo gratificante, mas também muito trabalhoso. Edgard deixou de produzi-los em 2000. Contudo, em 2013 resolveu retomar a produção, para publicação em sua própria revista, o QI. Em 2014 a personagem ganhou nome, Poeta Vital, e foram produzidas novas séries, mantendo a fórmula de seis cartuns interligados discutindo algum tema relevante.
A publicação em livro, em segunda edição pela Marca de Fantasia conjuntamente com EGO - Edgard Guimarães Organizador, reúne todas as séries de cartuns do Poeta Vital, que totalizam 20 inspiradas Histórias em Quadrinhos. A obra mostra não só a sensibilidade poética da personagem quanto a versatilidade do autor, que conseguiu o feito de fazer poesia sem abdicar da linguagem dos quadrinhos.
H. Magalhães (sobre texto do autor) |