Os fanzines costumam ser paratópicos, e convém que o sejam. Mídia independente por natureza, sem fins lucrativos nem amarras comerciais, os fanzines têm na liberdade de expressão e livre criação a força que os mantém. Ainda quando são produzidos sob a chancela institucional - cada vez mais são utilizados em sala de aula como ferramenta pedagógica - prezam por dar voz aos excluídos, a quem, de outra forma, se situa como mero consumidor e reprodutor de informação.
Às manifestações culturais se dedicam os fanzines, numa relação simbiótica de invenção e inovação. Não raro, vemos nessas modestas e efêmeras publicações o apontar de tendências, o instigar de novos olhares sobre a mesmice mundana.
É disso que trata a quinta edição de Raio da Silibrina. Voltado à investigação ensaísta da vida cotidiana, a publicação traz uma inusitada mirada sobre as velhas e - sempre desprezadas - cuecas, numa alegoria ao oco que preenche a solidão humana. A edição conta com a parceria do editor, Henrique Magalhães - texto de apresentação e fotografias - com o quadrinista Daniel Figueiredo, que nos brinda com uma interpretação poética desse obscuro objeto de fetiche.
Magalhães, 27/01/2022
Edição digital
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Páginas de Raio da Silibrina n. 5 |
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