Imaginário!
Issn 2237-6933

N. 3 - Dezembro de 2012

Editor: Henrique Magalhães
Ilustração da capa: Paloma Diniz
Editoração: H. Magalhães


Marca de Fantasia
Rua Maria Elizabeth, 87/407
João Pessoa, PB. 58045-180
marcadefantasia@gmail.com
www.marcadefantasia.com

A editora Marca de Fantasia é uma atividade da Associação Marca de Fantasia, CNPJ 19391836/0001-92
e um projeto do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPB



Imaginário! 3

A Imaginário! é uma revista eletrônica ligada ao Programa de Pós-Graduação
em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba, que tem como propósito
a divulgação dos estudos voltados à cultura pop e às artes visuais, como
história em quadrinhos, grafite, humor, animação, fanzine e game. Dela participam
professores e alunos do Programa e todos os interessados na área, por
meio de artigos, entrevistas e resenhas.

Se na edição anterior tivemos uma revista dedicada exclusivamente às histórias
em quadrinhos, nesta investimos na diversidade temática, com artigos que
abordam desde aspectos da ficcão científica ao jornalismo humorístico, sem
deixar de reservar um generoso espaço a nossas queridas HQ. Como matéria
de capa, Marcelo Bolshaw, da UFRN, apresenta um estudo sobre o processo
narrativo nas séries Star Trek, que são pedras basilares da ficção científica cinematográfica
e televisiva.
H. Magalhães

Apresentamos, a seguir, o resumo dos artigos; a revista completa em pdf encontra-se em link no final da seção.

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A máquina, a imagem e a primeira diretriz (da Frota Estelar):
três temas do universo de ficção científica "Star Trek"

Marcelo Bolshaw

O presente texto discute o universo narrativo da franquia Star Trek (composto principalmente de seis séries para TV e 11 filmes longa-metragem), com o objetivo de destacar alguns temas relevantes do ponto de vista dos estudos narrativos: a relação com as máquinas, os vários modelos de viagem no tempo, a simulação virtual do “holodeck” e, principalmente, o tema da diretriz
número um, que proíbe aos protagonistas de destruir os antagonistas, mesmo que corram perigo de morte. E esse elemento chave, a intenção compreender o inimigo e torná-lo um aliado, é a essência ética da narrativa de praticamente todas as estórias da franquia.

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Quadrinhos, linguagem das Artes Visuais
Fábio Tavares da Silva

A consolidação e o amadurecimento da linguagem das Histórias em Quadrinhos – HQs provocou a realização de estudos e pesquisas sobre os múltiplos aspectos que a compõem. No entanto, a maioria dos estudos sobres quadrinhos estão ligados a Comunicação, Linguística e Semiologia. Estudos sobre suas possibilidades artísticas e estéticas ainda são pouco explorados. Neste artigo buscamos entender, por meio de uma revisão bibliográfica, o porquê dos estudos sobre quadrinhos como uma legítima linguagem artística terem tardado tanto. Buscamos, também, entender qual o lugar das Histórias em Quadrinhos nas Artes Visuais.

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Quadrinhos poéticos (fantásticos) filosóficos
Edgar Silveira Franco, Elydio dos Santos Neto,
Gazy Andraus, Matheus Moura Silva

O texto inicia-se apresentando uma definição de quadrinhos poéticos (fantásticos) filosóficos, depois de ter contextualizado a sua origem na realidade brasileira e ter problematizado os termos poético, fantástico e filosófico. A seguir mostra seus principais criadores procurando evidenciar sua importância neste tipo de produção. A partir daí apresenta a revista Tyli-Tyli, depois Mandala,
que sob a editoria de Henrique Magalhães, editor responsável da Editora Marca de Fantasia (João Pessoa, PB), foi a primeira revista independente, além de alguns fanzines, a publicar o gênero poético (fantástico) filosófico no Brasil. Neste percurso o texto refere-se ainda à também independente revista Camiño di Rato, que atualmente vem publicando este gênero de quadrinhos no Brasil. O texto encerra-se trazendo à luz os processos criativos dos autores Edgar Franco e Gazy Andraus na criação de quadrinhos poéticos (fantásticos) filosóficos e, por fim, aponta algumas possibilidades do trabalho com este gênero de quadrinhos em processos educativos ou em processos que estimulem o desenvolvimento de fazeres criativos.

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Sorriso enigmático: genealogia do personagem Coringa
Daslei Bandeira, Paloma Diniz

O objetivo deste trabalho é investigar a genealogia e a criação do personagem Coringa (Joker), procurando nele, a compreensão dos movimentos de artes visuais do expressionismo alemão, tanto o filme quanto as artes visuais, e intersecção entre quadrinhos e outras mídias. Nós começamos com a premissa comum que diz que o Coringa (Joker), foi criado com base no filme expressionista, o
homem que ri. O estudo traça a genealogia do personagem desde o seu início em 1940, através do Gwynplaine personagem em 1928, atingindo o movimento expressionista alemão (filme), em 1920, e a criação do movimento expressionista alemão (artes visuais) em 1905. Os Movimentos artísticos estudados aqui estão intrinsecamente incorporados no personagem que mostra a sua complexidade e importância, não só no mundo dos quadrinhos, como na cultura artística.

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Aspectos da cultura indígena nas histórias em quadrinhos paraibanas:
uma análise de Itabira - inimigos e amantes

Marcelo Soares de Lima

Nosso estudo analisa a inserção de elementos da cultura indígena nas histórias em quadrinhos paraibanas, tendo como estudo de caso a revista A União Quadrinhos: Itabira, inimigos e amantes, lançada em agosto de 2000. Objetivamos com esse trabalho fazer um resgate dessa cultura popular e observar como ela é configurada dentro de um meio de comunicação de massa. Para tanto, utilizamos como recurso a analise de discurso, observando os discursos tanto verbais (balões, legendas etc.) quanto não verbais (desenhos, gráficos etc.) da revista em questão. Concluímos que apesar de problemas como texto mais contemporâneo, visão estereotipada do visual dos indígenas, a revista traz à tona costumes, história e tradições do índio brasileiro e serve, assim, como introdutória para o leitor nesse universo.

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Ensino de Francês Lingua Estrangeira (FLE) e História em Quadrinhos:
uma descoberta sociocultural

Sandra Helena Gurgel Dantas de Medeiros

Sabemos que todo texto é impregnado de traços socioculturais que deveriam ser
levados em consideração no processo de ensino/aprendizagem de uma língua
a fim de permitir uma descoberta progressiva dos aspectos intrínsecos a sua
cultura. A partir da constatação da diversidade sociocultural inerente à língua/
cultura estrangeira, os aprendizes de francês língua estrangeira (FLE) podem
vir a (re)descobrir estes aspectos (semelhantes ou não aos da sua língua/cultura
materna) presentes nos textos e imagens das histórias em quadrinhos (HQ).
Neste sentido, este artigo tem por objetivo mostrar que a leitura de HQ, como
recurso pedagógico utilizado na aula de FLE, favorece o conhecimento de aspectos
socioculturais não apenas da língua/cultura em estudo, mas também da
língua/cultura materna. Esta prática pedagógica significa não apenas resgatar o
“prazer de aprender”, mas também favorece o desenvolvimento da competência
comunicativa intercultural no aprendiz de FLE proporcionando uma melhor conscientização da subjetividade de cada um e de todos.

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Informação não precisa ser chata:
jornalismo e humor na revista O Pavio

Ivan Carlo Andrade de Oliveira

Em 2007 foi lançada em Macapá a revista O Pavio, com patrocínio da Lei de incentivo estadual. Voltada para o público universitário, a revista revolucionou o jornalismo local inserindo a linguagem do humor e um novo tratamento gráfico, privilegiando elementos dos quadrinhos e da charge mesmo nas matérias, inserindo-se, portanto, nas inovações definidas pelo termo infotainment. O objetivo deste texto é analisar a publicação do ponto de vista da junção entre humor e informação.

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Resenha - A trilogia Nikopol: a fria armadilha dos imortais
Cleriston Oliveira

A dualidade da condição social e/ou psicológica de uma determinada
personagem ou do ambiente em que ela se encontra é um tema recorrente
em diversas semioses, desde as histórias em quadrinhos até o cinema e a
literatura em prosa. Experimentos dessa natureza, combinando elementos
aparentemente díspares, já convergiram em obras com resultados diversos,
ou ainda inesperados (como a combinação de misticismo e ciência de Incal,
de Jodorowsky e Moebius). Acrescente-se a isso um forte contexto social e
político, além de um traço marcado pelo realismo em uma narrativa com
incursões pela mitologia egípcia, ficção científica e filosofia, e teremos uma
ideia do que pode ser visto em A Trilogia Nikopol.

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Edição completa em pdf: imaginario-3


Imaginário! 3 - Paraíba, dezembro de 2012
P
ublicação do Grupo de Pesquisa em História em Quadrinhos - GPHQ, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.

Editor: Henrique Magalhães
Editoração: H. Magalhães, sobre projeto gráfico de Alex de Souza
Ilustração da capa: Paloma Diniz

Conselho editorial

Alberto Pessoa (UFPB); Elydio dos Santos Neto (UFPB); Gazy Andraus (UNIMESP); Henrique Magalhães (UFPB); Marcelo Bolshaw Gomes (UFRN); Marcos Nicolau (UFPB); Paulo Ramos (UNIFESP); Roberto Elísio dos Santos (USCS/SP)

Os textos não assinados são de autoria do editor. As colaborações em textos, ilustrações e quadrinhos são propriedade e responsabilidade dos autores.

Colaboram nesta edição: Cleriston Oliveira, Daslei Ribeiro, Edgar Franco, Elydio dos Santos
Neto, Fábio Tavares, Gazy Andraus, Ivan Carlo Andrade, Lucio Luiz, Marcelo Bolshaw,
Marcelo Soares, Matheus Moura, Paloma Diniz e Sandra Helena Medeiros.

Atenção: As imagens usadas neste trabalho o são para efeito de estudo, de acordo com o artigo 46 da lei 9610, sendo garantida a propriedade das mesmas aos seus criadores ou detentores de direitos autorais.