PSIU se garante como revista digital

Henrique Magalhães
13/03/2024

Edgard Guimarães é um velho conhecido do fandom brasileiro, bem como autor de histórias em quadrinhos. São legendárias as edições de seu fanzine QI (Quadrinhos Independentes), que conta já com 186 edições, ao promover justamente as publicações e autores independentes e fomentar calorosos debates sobre o meio. Com esse fanzine, circulam também inúmeros encartes de vários articulistas abordando aspectos diversos dos quadrinhos.

Um dos projetos promissores de Edgard surgiu em 1982, uma grande revista agrupando autores com várias expressões gráficas. O fanzine PSIU tinha mais aspecto de álbum, com formato grande, dezenas de páginas e requinte gráfico. A ideia era lançar a publicação semestralmente, mas, como afirma o editor, nunca saiu com intervalo menor que dois anos.

O custo elevado da produção, o trabalho para organizar as colaborações e a precariedade dos meios de circulação impediram o PSIU de manter o ritmo e ir mais longe. A publicação parou no número 3, em 1990, mais uma edição especial temática, PSIU Mudo, em 1988. Mas a ideia de agrupar uma boa leva de quadrinistas, principalmente autores novos, amadores, independentes, não morreu.

Na avaliação de Edgard, "com a facilidade da edição digital, em que se eliminam as fases de impressão, encadernação e distribuição (pelo correio ou venda em banca ou livraria, física ou virtual)", a revista PSIU voltou a sair nesse formato, agora bimestralmente, para o regozijo do leitores. Em junho de 2022 saiu o número 4 e já chegou ao número 11, com uma mostra significativa de novos quadrinhos, ilustrações e uma boa dose de resgate histórico. A revista PSIU está disponível gratuitamente no sítio EGO, vinculado à Marca de Fantasia (https://www.marcadefantasia.com/ego.html).

Participam da edição atual Luiz Iório, Cesar Silva, Érico San Juan, Laudo, Orlando Maro, W. Cesar, Manoel Dama e Moreno Fel, além de José Carlos Neves, Márcio José, Adrovando, Marcatti, Wally Vianna, Alexandre Barbosa e Jayme Cortez. Finalizando a edição, o trabalho de J. Carlos em O Tico-Tico, pinçado do acervo da Biblioteca Nacional, é uma relíquia que Edgard traz à tona de uma obra secular.

Artes de Luiz Iório, Moreno Fel/Marjulie e Jayme Cortez