Inspirado nos quadrinhos franceses da década de 1970, em particular na geração da inovadora revista Métal Hurlant, Gazy Andraus é criador de uma das mais consistentes e inquietantes obras voltadas a esse gênero de quadrinhos, que no Brasil adquiriu denominação e expressão singular. Dos artistas que produzem quadrinhos “poético-filosóficos”, juntamente com Edgar Franco, ele é o mais visceral, espontâneo e intuitivo.
Os desenhos de Gazy fluem de ideias nem sempre preconcebidas. Um mergulho em suas meditações ou na atmosfera de uma composição musical faz jorrar um vigoroso traço, ao mesmo tempo denso e caligráfico. Não há esboço em sua arte. Qualquer traço já é definitivo, já é arte-final. O resultado é que texto e traço, ideia e grafismo compõem imagens de forte expressividade e coerência.
Sem perder o ritmo e os elementos próprios dos quadrinhos, as histórias de Gazy Andraus seguem encantando os leitores. São histórias que alcançam níveis aguçados de reflexões metafísicas extemporâneas, que compõem uma poética visual sublime. HM.
Páginas do álbum Ternário: M.E.N., de Gazy Andraus |
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