Apresentação
Esta edição da Imaginário! abre com o artigo “Arte-ciência e o pro- cesso criativo do zine”, de Taisa Maria Laviani da Silva & Zandra Coelho de Miranda. O artigo é fruto da articulação teórico-prática pro- posta pela disciplina Seminário de Projeto: Metodologia da Pesquisa em Artes, que integra o Programa Interdepartamental de Pós-gradu- ação Interdisciplinar em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade, da Universidade Federal de São João del-Rei. Para as autoras, o fanzine como tema visa contribuir para a “compreensão das artes como co- nhecimento; ressaltar a importância da criatividade não somente em artes, como também em ciências; estabelecer possíveis paralelos entre a produção artística e a produção científica; bem como apontar o per- curso da experimentação no processo criativo do zine”.
Na sequência, Daniel Baz dos Santos & Lucilene Canilha Ribeiro propõem uma interpretação da obra Isolamento, de Helô D’Angelo, a partir de reflexões de Mikhail Bakhtin a respeito do cronotopo, isto é, das relações entre tempo e espaço na forma como elas são assimiladas pelos sistemas artísticos. Para os autores, esse recorte possibilita de- monstrar as maneiras pelas quais a Helô D’Angelo transfigura espaço- -temporalidades específicas do confinamento decorrido da pandemia de Covid-19 em mimese quadrinística.
Cássia Helen Dias Lima & Ivan Carlo Andrade de Oliveira em “O INFOtenimento no programa Rádio Pop: o radiojornalismo com serie- dade e bom humor no Amapá” se apoiam em pesquisa bibliográfica e entrevistas com estudantes e profissionais que já passaram pelo refe- rido programa para analisar em que suas características como produto jornalístico diferem de outros programas radiofônicos do Amapá.
Marcelo Bolshaw Gomes apresenta em “História dos estudos nar- rativos: da análise estrutural à narrativa mediada” uma ampla revi- são sobre as abordagens voltadas para o estudo das narrativas orais e escritas, observando como as narrativas audiovisuais assimilam suas antecessoras e apresentando algumas metodologias de análise capa- zes de entendê-las e explicá-las. Para esse feito, Bolshaw investigou os principais autores associados aos estudos narrativos, como Propp, Campbell, Lévi-Strauss, Greimas, Eco, Barthes, Riceur, John e Motta.
Leonardo Rodrigues dos Santos contribui com o ensaio “Por um pro- tagonismo negro efetivo nos quadrinhos brasileiros: das páginas aos circuitos” em que analisa não só a pouca visibilidade dos personagens negros nas histórias em quadrinhos quanto a ausência de autores ne- gros em produções editoriais, eventos e prêmios da área. O autor reforça a necessidade de protagonismo de autores negros e o reconhecimento pelo mérito de suas obras, em todas as suas potências diversas e únicas.
A edição traz também a reflexão sobre o fazer artístico nas obras de Gazy Andraus e Wiverson Azarias. Gazy apresenta experimentos com a transcrição da HQ poética “Homo Sacer” para a projeção colorizada e em 3D, analisando sua prática criativa. Wiverson mostra as charges da série “Fantasmarx”, alternando entre a “sátira política e trocadilhos infames”.
Boa leitura!
HM
Expediente
Apresentação
Artigos
Arte-ciência e o processo criativo do zine
Taisa Maria Laviani da Silva
Zandra Coelho de Miranda
O cronotopo do confinamento em Isolamento, de Helô D'Angelo
Daniel Baz dos Santos
Lucilene Canilha Ribeiro
O INFOtenimento no programa Rádio Pop:
o radiojornalismo com seriedade e bom humor no Amapá
Cássia Helen Dias Lima
Ivan Carlo Andrade de Oliveira
História dos estudos narrativos:
da análise estrutural à narrativa mediada
Marcelo Bolshaw Gomes
Ensaio
Por um protagonismo negro efetivo nos quadrinhos brasileiros:
das páginas aos circuitos
Leonardo Rodrigues dos Santos
Processos criativos
HQ Homo Sacer
Gazy Andraus
FantasMarx
Wiverson Azarias
Normas de publicação
Capa
Arte de Taisa Maria Laviani da Silva para a capa do fanzine "Artezine", de sua autoria. Revista de análise sobre Comunicação e Artes. O uso das imagens serve apenas ao estudo, de acordo com o artigo 46 da lei 9610. O direito dos textos e imagens pertence a seus autores ou detentores. |