Apresentação
Esta edição tem como matéria de capa o artigo de Vizette Priscila Seidel, que analisa a história em quadrinhos Persépolis, de Marjane Satrapi. A partir da noção da "viagem" como um espaço de descoberta do "eu" viajante, ela aborda a definição da constituição do sujeito como um "eu" atravessado por múltiplas mediações do outro.
Gazy Andraus demonstra que as histórias quadrinhos são um valoroso instrumento de apoio em áreas educacionais, quer sejam nas de arte ou das áreas que tratam da psicologia humana. Daniel Baz dos Santos propõe uma leitura do Surfista Prateado, escrito por Stan Lee e desenhado por Sal Buscema, tendo como eixo condutor o pensamento de Espinosa a respeito do corpo humano. Para ele, as narrativas desta fase do personagem envolvem uma dinâmica complexa entre movimento e estase, ação e contemplação, gestual e mental, em cujo centro se delineia uma linguagem em franca descoberta de suas potências.
Marcelo Bolshaw discute os dois principais universos narrativos audiovisuais da Ficção Científica: Star Wars e Doctor Who – pioneiros em combinar narrativas intertextuais em diferentes mídias de modo interativo: a transmediação. Ele procura preencher uma lacuna nos estudos do gênero de modo sistemático e a metodologia é a análise narrativa e a pesquisa bibliográfica.
Na história em quadrinhos “O grande amor do Tio Patinhas” Thiago Modenesi investiga as relações entre os personagens principais mediadas pelo mercado e pela busca incessante por dinheiro, maximização dos lucros e ascensão social. A HQ se encaixa nas teorias de Karl Marx, em particular na obra O Capital, em que o ser humano viria tratando a mercadoria como objeto de adoração, passando a atribuir a esta um valor simbólico para além do real.
Contamos ainda com entrevista com Edgar Vasques – autor do personagem Rango – mediada por Marcelo Engster, em que disseca processo criativo desse importante autor de quadrinhos e artista gráfico. Já Guilherme Smee apresenta a resenha de Jeremias: Pele, de Rafael Calça e Jefferson Costa, álbum lançado na série Graphic MSP. A resenha enfatiza o empoderamento do único personagem negro dos estúdios de Maurício de Sousa, em uma HQ produzida por pessoas que se identifiquem desta maneira.
A revista procura dar visibilidade às investigações sobre História em Quadrinhos, Artes Visuais e Cultura Pop apresentando sua diversidade no meio acadêmico. São trabalhos de mestrandos, Mestres, Doutores e profissionais da área, que enriquecem esse campo de estudo. Imaginário! é vinculada ao NAMID - Núcleo de Arte, Mídia e Informação do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPB e conta com o respaldo acadêmico e o firme propósito de apresentar o melhor dos estudos na área, com a participação de pesquisadores de todo o país.
Boa leitura!
Edição digital: <Imaginário! 17>
Sumário
Apresentação
Persépolis: uma percepção do eu a partir do olhar do outro
Vizette Priscila Seidel
A Small Killing - Uma análise básica psicanalítica da obra gráfica
em quadrinhos de Alan Moore e Oscar Zarate
Gazy Andraus
O Surfista Prateado: potência e afeto
Daniel Baz dos Santos
De volta aos universos de ficção científica Star Wars e Doctor Who
Marcelo Bolshaw Gomes
O fetiche da mercadoria em uma história em quadrinhos
Thiago Vasconcellos Modenesi
Entrevista: Processos criativos de Edgar Vasques
Marcelo Engster
Resenha: Empoderamento. Jeremias: Pele, de Rafael Calça e Jefferson Costa
Guilherme Smee
Normas de publicação
Expediente
Capa
Imagem do pôster do filme "Persépolis", de Marjane Satrapi. Divulgação.
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