Em Amadora, Maria e a Revolução dos Cravos Henrique Magalhães Um dos mais prestigiados festivais de histórias em quadrinhos da Europa, o Amadora BD - Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, ocorreu entre os dias 17 e 27 de outubro de 2024 em sua 35a edição. Amadora, situada na área metropolitana de Lisboa, é uma acolhedora cidade que tem nesse evento o orgulho dos Portugueses. Além de contar com a participação de renomados artistas de todos os quadrantes do planeta, tem nos autores locais uma grande e valorosa participação, seja por meio de exposições e oficinas, seja por lançamentos de álbuns e livros de arte sequencial. Esta edição do festival teve como tema as comemorações do 25 de Abril - referente à Revolução dos Cravos, de 1974 - com a exposição “O plural de Abril em Nuno Saraiva”, com ilustrações editoriais, pôsteres, cartazes, cartuns e “bandas desenhadas” desse autor. Outra mostra importante foi o resgate da obra da portuguesa Guida Ottolini (1915-1992), finalmente reconhecida como a grande ilustradora e autora de banda desenhada da terceira geração do ilustre artista Roque Gameiro. A obra de Quino também foi lembrada com a exposição “Mafalda: uma inconformista de 60 anos”, numa sensível homenagem a essa grande personagem. Ao todo foram 15 mostras muito bem projetadas com ambientes apropriados aos temas enfocados, que se espalharam por vários locais da cidade a seduzir todos os amantes dos quadrinhos.
Para os lançamentos contou-se com a presença do francês Christian Lax, o franco-canadense Mikaël, a portuguesa Raquel Costa, a sul-coreana Keum Suk Gendry-Kim - muito reverenciada pelos leitores -, a holandesa Aimée de Jongh, entre muitos outros autores. A participação dos brasileiros fez-se com Tainan Rocha, Marcelo d’Salete, André Diniz e Henrique Magalhães. O Festival da Amadora brindou-me com mais um lançamento em álbum de Maria, o quarto volume produzido pela editora Polvo, de Rui Brito. Com o título “Em cada rosto, igualdade”, Maria toca nos fatos históricos portugueses abordando o cinquentenário da Revolução dos Cravos em um capítulo criado especialmente para essa edição. Com esse trabalho, Maria consolida-se entre o público português e confirma sua universalidade ao circular desenvolta entre diferentes culturas e nacionalidades.
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