Apresentação
Há algum tempo que eu estava com vontade de produzir um livro assim, formato pequeno, um quarto de ofício, um número relativamente grande de páginas, por volta de cem, na base de um cartum por página. O problema era, evidentemente, produzir os cem cartuns. Eu sempre tive uma tendência a fazer desenhos detalhistas, tudo com muito capricho, cheguei ao cúmulo de produzir uma página com 150 quadrinhos, o que me tomou um mês inteiro de horas vagas, e somando isso à minha falta de ânimo ou disciplina, o resultado é que minha produção de desenhos e quadrinhos é muito baixa.
Alguns meses atrás coincidiu que alguns editores de fanzines, ao mesmo tempo, me pediram colaboração. Para atender a todos optei por fazer cartuns em vez de HQs, e com um desenho mais simples, concentrando-me no texto, na ideia. Assim, em três fins-de-semana, fiz trinta cartuns enviados a cinco fanzines.
Mas ainda faltavam setenta para completar um livro, o desenho simplificado desses cartuns ainda estava dando trabalho, tomando tempo e parei de produzi-los. Pouco depois, lendo a seção de cartas de um dos fanzines que publicara os cartuns, deparei com um leitor que tinha gostado e pedia mais. Como o tempo estava curto, pensei em como fazer cartuns com o desenho mais simplificado ainda.
Recuperei do fundo da memória uma piada e um boneco bolados muito tempo atrás. Fiz cinco cartuns para o tal fanzine e aí bateu a animação e em uma semana fiz os cem cartuns. O tema já foi muito usado, o do aluno respondendo pergunta ao professor, mas quero crer que as situações são novas. O desenho, como foi a intenção, ficou tão simplificado que foi feito diretamente à tinta, sem o esboço prévio a lápis.
No mais, espero que o leitor se divirta com esse trabalho.
Edgard Guimarães
Páginas do livro Na ponta da língua, de Edgard Guimarães |
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