Desde 1995, quando se definiu o projeto da editora Marca de Fantasia, centenas de revistas, álbuns e livros foram lançados. O projeto inicial, é claro, foi se modificando com o tempo, num processo dinâmico e criativo que contou com a participação entusiasta de autores e leitores de todo o país.

A Marca de Fantasia nunca teve fins lucrativos, trata-se de uma editora acadêmica ligada à Associação Marca de Fantasia e é um projeto de extensão do NAMID - Núcleo de Arte e Mídia do Departamento de Mídias Digitais da Universidade Federal da Paraíba. Está voltada à pesquisa e difusão de obras em e sobre História em Quadrinhos, bem como aos estudos que abordam vários aspectos das Mídias Digitais, Comunicação Social, Linguística, Artes Visuais e Cultura Pop.

Para manter uma produção intensa foi necessário desenvolver um método de trabalho que possibilitasse a edição regular de novos títulos sem que isto implicasse em acúmulo de exemplares nem despesas inalcançáveis. As publicações precisavam ter pequenas tiragens sequenciais, que dessem margem a novos lançamentos, ao mesmo tempo em que eram repostas as tiragens dos títulos do acervo, sempre que havia demanda.

As capas eram impressas em offset em cores, com tiragens de 200 exemplares, sendo esse o único custo considerável. O miolo era produzido em casa em impressão a laser, em tiragens de 10 exemplares sequenciais. Com esse método, foi possível investir em novos títulos sem risco de encalhe ou desperdício. O fato de a editora não ser comercial foi fundamental para a adoção desse processo, pois se podia ter o tempo necessário para a circulação da produção sem a pressão do mercado para cobrir o custo de novas produções.

Para manter esse processo também foi preciso contar com um método artesanal de produção. São várias etapas até a finalização da publicação, que vai da seleção do material até o trabalho manual de encadernação. Contamos para isso com certo domínio de alguns programas gráficos, como CorelDraw, InDesign, PhotoImpact, Photoshop e DreamWeaver para dar conta de todo o processo editorial, que se conclui com a divulgação e venda.

Com este artigo, abrimos o “código fonte” da Marca de Fantasia e mostramos como era seu método de trabalho de forma didática e ilustrada. A convite do professor João Dantas Filho, Chefe do Departamento de Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA), de Juazeiro do Norte, Ceará, criamos uma apresentação em slides no PowerPoint com um passo-a-passo do processo artesanal da editora. A palestra ocorreu no dia 28 de junho de 2011, com ampla participação de alunos e professores dos cursos de Teatro e Artes Visuais.

Com a série de slides em pdf disponibilizada abaixo, esperamos socializar a experiência adquirida em mais de 20 anos de produção da editora. O objetivo é estimular outros autores e pesquisadores a investir na edição de sua própria produção, ou na de outros, fomentando novos projetos editoriais.

Henrique Magalhães
Atualizado em janeiro de 2022

Processo editorial